SINOPSE
Há um ano, Blessfield, uma pacata cidade do interior da Flórida, enterrou 12 mulheres vítimas do violento e cruel serial killer Nathan Bardel. Ele foi julgado, condenado e morto. Mas antes que as feridas da cidade pudessem cicatrizar, um novo assassino em série surgiu. Mais violento. Mais cruel. Usando o mesmo método que seu antecessor. E ele tem uma obsessão: ela. Kate é uma escritora imersa na produção da biografia do assassino em série Nathan Bardel. Enquanto ela mergulha de cabeça na sombria vida do serial killer, ele próprio passa a acompanhá-la vivenciando as experiências conturbadas de sua biógrafa. À medida que se aprofunda nos mistérios de Bardel, Kate desperta outro assassino. Ela não sabe, mas sua vida corre perigo.
Kate é uma escritora que resolve escrever sobre o assassino em série: Nathan Bardel (O Esfaqueador das Damas de Blessfield) que recentemente foi executado, após ser pego pelo ex-agente Owen do FBI.
O livro começa com Bardel narrando os acontecimentos de seus assassinatos, estupros e estrangulamentos.
Kate está depressiva por ter acabado seu namoro por causa de traição e seus familiares e amigos acham melhor ela não escrever sobre Bardel já que ela quer entender como se passava e como se sentia na mente do próprio assassino.
Kate conhece Owen por meio de suas investigações sobre Bardel e logo a atração entre eles é palpável. Mas tudo começa a dar errado após o assassinato da vizinha de Kate, um assassinato cujos métodos são cópias dos de Bardel.
O prólogo do livro começa com a própria visão da autora sobre Serial Killers e obras do mesmo gênero. E o que mais me chamou a atenção foi:
“Diversas vezes, enquanto escrevia Eu Vejo Kate, parei e pensei no conteúdo de violência que estava colocando na minha receita. Temia que era sal ou açúcar demais. Eu certamente poderia guardar as mutilações, estupros, mortes e sangue para o clímax apenas, e ter um livro mais elegante como resultado. Por que decidi não seguir esse caminho? É simples: este é um livro sobre assassinos em série.”
“Eu vejo Kate” é narrado pelos personagens, sempre alternando entre eles, dando o ponto de vista de cada um, o que aumenta o suspense da história. A falta de censura nos detalhes me chamou muito a atenção porque você começa a fazer parte do cenário e se sente o próprio Bardel ou um agente do FBI.
A autora não teve medo de descrever com violência os assassinatos. As cenas descritas por Bardel, por mim, são as melhores, pois contém cada detalhe e o modo como ele pensa a respeito de seus crimes, nenhum detalhe é deixado de fora.
A respeito do Assassino, na mesma hora que Bardel disse que Kate conhecia e jamais desconfiaria da pessoa, eu me toquei! Fiquei presa àquela expectativa de que era mesmo quem eu pensava e realmente acertei.
Conforme a leitura eu ficava me questionando: como é que podia um ser humano ter uma mente tão doentia e cruel a ponto de sentir prazer com a dor e morte dos outros pelas suas próprias mãos e pelas cenas de tortura vista com seus próprios olhos?
Apesar de as cenas serem fortes, sempre há uma descontração para não deixar o leitor tenso e a parte que mais ri foi a de Owen quando estava em um evento do governo.
“Ele enfia a mão para trás, para dentro de suas calças. É uma faca. É uma faca puta-que-pariu-do-caralho de caça que faria Rambo mijar nas calças.”
No livro, Nathan foi muito bem construído e conforme ele ia narrando podemos observar o amadurecimento do personagem. Tanto que no início da leitura eu o odiava, mas me surpreendi no final porque eu comecei a gostar dele, porque ele me fez sentir próxima a ele e aos sentimentos que ele não conseguia compreender.
Eu simplesmente adorei esse livro, devorei a ponto de não conseguir deixar de lado um só segundo, devorou meus sentimentos, meu tempo, minha vida.
Para quem gosta de livros nesse gênero, vale muito a pena conferir “Eu vejo Kate” e viajar no mundo doentio de Bardel e de ação de Kate e Owen.
Só peço que ao terminar de ler esse livro, “… que me mantenha vivo, sabe? Pense em mim às vezes, quando ouvir música clássica, Mussorgsky, Chopin, Beethoven. Pense em mim quando puder. Talvez eu possa ver você, também.”
5/5
Ano: 2015
Páginas: 392
Autor: Cláudia Lemes
Idioma: Português
Editora: Empíreo