SINOPSE
Zoe Morgan é uma adolescente de 18 anos, tímida, de poucos amigos, que não possui sonhos e que há muito tempo não se sente notável. Ela luta insistentemente com um passado traumático e cheio de medos. Abusada sexualmente pelo próprio padrasto, Zoe tenta entender os motivos que levaram a sua mãe, Elisabeth Morgan a se preocupar mais em lhe arranjar um emprego, do que perceber o que aconteceu debaixo do próprio teto. Quando obrigada pela própria mãe a ir trabalhar na biblioteca da pacata cidade onde mora, ela conhece Arthur Bernardo, bonito, sorridente e um perfeito sedutor. Porém enquanto
ela ainda luta para contar o segredo sobre os abusos causados pelo marido da mãe, se ver perdidamente apaixonada por Arthur e aprisionada por uma obsessão sem fim. Uma história apaixonante que vai prendê-lo até a última pagina.
Faz bastante tempo que tenho esperado para ler esse livro e finalmente pude ter o prazer de conhecer a história de Zoe. A história se passa em terras gaúchas, mais precisamente na pequena cidade do Colorado, onde todos se conhecem. Zoe é uma garota muito quieta e tímida que vive em seu quarto, trancada, evitando ao máximo dar de cara com seu padrasto, a quem ela odeia e despreza.
Sua mãe, não aguentando mais ver sua filha trancada no conforto de seu quarto, arranja um emprego para Zoe na biblioteca da cidade sem ela saber, fazendo com que a filha tenha que ir mesmo que essa não seja sua vontade. Lá ela conhece Arthur, irmão do prefeito da cidade, e logo se sente fortemente atraída por aquele rapaz sensual e misterioso, e não demora muito para que se apaixone obsessivamente por ele.
Seus colegas de trabalho, Nicole e Eros, ao ver o suposto interesse de Zoe em Arthur logo avisam que aquele rostinho bonito é apenas um disfarce para o que ele realmente era: um homem sem compromisso com as coisas que só pensa em festas, bebidas e se diversão com mulheres.
Apesar dos avisos que recebia Zoe não ligava para o que diziam, queria apenas ter ele ao seu lado mesmo que isso significasse aceitar suas condições de “encontro às escondidas”.
“A única droga de objetivo que eu tinha na vida era o Arthur. Aquele amor doentio que me aprisionava, me sufocava e me deixava na mais terrível abstinência.”
E é aí que sua vida pode virar de cabeça para baixo.
Assim que comecei a ler o livro eu me vi presa pela história de Zoe, e quando vi já estava na metade do livro e o tempo não tinha passado, foi como entrar em transe, devorando cada palavra.
Como a sinopse do livro já diz, Zoe foi abusada não só sexualmente, mas também psicologicamente, pelo padrasto na primeira noite em que ele foi dormir lá. Ela sofreu pressão psicológica por parte dele para que não contasse nada à sua mãe depois do ocorrido, ameaçando matar não só ela como também sua mãe. Isso tudo só foi o começo para que Zoe se visse em um abismo de falta de amor próprio, falta de confiança em si mesma e medo.
“Sempre fui a patinha feia da história. Eu sou o tipo de pessoa que odeia os espelho, pois eles me mostram que eu jamais poderei ser amada pela beleza que não tenho. Auto estima? Ela era tão baixa que mal podia se enxergar.”
Zoe se sente reprimida pelas ameaças de seu padrasto e isso faz com que não conte sobre o acontecido com sua mãe, fazendo com que ela cada dia mais se pergunte por que sua filha mudou tão drasticamente e tão rápido.
A história, narrada em primeira pessoa, por Zoe, é conduzida com perfeição pela escritora, que soube tornar o desfecho surpreendente em uma lição de vida para quem o ler até o final. Érica conseguiu construir com maestria o psicológico de cada personagem, tornando-os únicos e até um pouco angustiantes, porque você simplesmente não pode tirar o personagem de dentro do livro e gritar para que enxerguem as verdades.
Zoe apesar de ter sua baixo auto estima é uma garota inteligente, bonita e com muitas outras qualidades que não consegue enxergar em si mesma. Além de tudo ela vê com clareza tudo que acontece ao seu redor e seus defeitos, porém não consegue usar essa clareza para mudar seu comportamento e dar fim aos seus problemas.
Arthur apesar de não ser uma “flor que se cheire”, como ele mesmo se define, tem um papel super importante no amadurecimento da personagem Zoe. Ele faz com que ela se livre da pressão gerada pelo padrasto, e no final, faz com que ela, após tantos tombos e conselhos de amigos, enxergue que ela é muito mais do que uma garota qualquer que se rende aos encantos e promessas de um rostinho bonito como ele.
Agora, o personagem que merece uma salva de palmas é o Eros. Eros desde o começo se mostrou persistente a fazer com que Zoe enxergasse que era alguém de extrema beleza e caráter. Sempre insistiu e deu conselhos, de forma que ela mesma se fizesse enxergar os erros que estava cometendo, nunca se meteu erradamente na vida dela. E olha, se não fosse por ele, não há como sabermos o que seria de Zoe.
Sabe a frase que diz: “nunca mude por uma pessoa. Quem gosta realmente de você, não te modifica, te completa”? Então, Eros apareceu para completar o que faltava em Zoe: o amor, a felicidade, a confiança e o carinho verdadeiro que não precisa de migalhas para sobreviver.
O livro “Minha Obsessão”, que conta sobre a obsessão doentia por alguém, têm muito além das reticências que escondem o verdadeiro sentido desta história.
Tem AMOR! Toda forma de amor possível, o amor de mãe, o amor de amigos, entre um homem e uma mulher… O principal sentido em toda a história é o amor e a superação, crescer, no sentido de que a vida é muito mais do que os olhos podem enxergar, mas tem que saber vivê-la.
“O amor-próprio também se cultiva”
O primeiro livro da trilogia deixa brecha para o segundo volume e traz, nas últimas linhas, os objetivos da próxima missão de Amy: buscar a libertação dos Muitos, os Outros, os de Babcock e a sobrevivência da colônia, que agora tornou-se sua família.
5/5
Ano: 2015
Páginas: 205
Autor: Érica Christieh
Idioma: Português
Editora: Multifoco