Marca de Sangue – de origem portuguesa – é o primeiro volume infanto-juvenil que a autora escreve; ele será seguido do próximo livro, ainda não lançado: “Partilha de Sangue”. Apesar de a capa não revelar o conteúdo original do livro, sendo uma imagem um pouco “sensualizada”, a narrativa traz uma história propriamente dita juvenil.
A narrativa é contada sempre em primeira pessoa para que se possa ter visão dos acontecimentos pelo olhar do personagem. Porém, a história não se resume em apenas uma visão de um único personagem, as visões se alternam dependendo do lugar, fazendo com que, assim, cada acontecimento tenha pontos de vista diferentes.
Sarah Wilson é a nossa personagem principal e também uma jovem vampira recém-transformada, que não aceita sua nova condição, já que tudo mudou quando sua escola foi atacada pelos vampiros Sabbat, que fizeram um massacre no qual poucos saíram vivos.
Além de Sarah temos Abel, seu meio-primo, que também foi transformado. Além de primos e enamorados, eles partilham da dor de terem se tornado mortos-vivos no trágico dia do massacre. Abel aceitou a condição de ser um imortal, mas Sarah ainda abomina a ideia de não ter mais sangue fluindo em suas veias.
“A vingança é um prato que se come frio. Esperei todo este tempo, desde que fui mordida por aquela malvada vampira, da qual desconhecia o seu apelido diferença e condição.”
Apesar de se amarem, Sarah resolve deixar seu passado para trás e ir para a Itália, onde saciaria sua sede por vingança: procuraria a vampira ruiva que tirou sua vida.
Entre todas as criaturas que vivem por este mundo, em “Marca de Sangue” há também outros seres sobrenaturais, como lobisomens. Mas não podemos generalizar os vampiros, já que existem duas classificações: os Vampiros Sabbat, dos Clãs Tzimisce, e os Vampiros Kindred dos Clãs Camarilla. Os Sabbat são os que bebem sangue humano, já os Kindred são aqueles que vivem em harmonia com os humanos, respeitando-os. Eles se alimentam de sangue sintético ou de animais, mas sempre tomando cuidado para não tirar-lhes a vida.
Apesar da intensidade da história, os parágrafos se tornam insistentes durante a leitura por conta da repetição de várias frases e nomes no começo do livro, como por exemplo “fulano é um clã Kindred pertencente aos Camarilla, protegendo a lei do silêncio Marquerade numa hierarquia social”.
São muitos nomes e definições do mundo fictício literário criado pela autora em “Marca de Sangue” mas a junção de um personagem com a situação a qual ele pertence já foi apresentada, então se torna dispensável após algumas páginas.
Outro fato dispensável é a repetição do nome dos personagens, como “Joseph Peter saiu aparentemente calmo […] Joseph Peter ficou por momentos a olhar […] Joseph Peter […] Joseph Peter…”. O fato de se estar falando do personagem no começo de um parágrafo e a história dele continuar durante os dois ou três próximos parágrafos não demanda necessidade de citar o nome a cada nova frase escrita, já que a história só mudará se outro personagem for inserido naquele pensamento.
Contudo, as repetições não se estendem por muitas folhas, elas se reduzem a poucas páginas ou frases, aliviando um pouco a leitura cansativa.
E apesar da capa e da sinopse terem me chamado a atenção, pois passavam um ar de mistério e intensidade, o conteúdo do livro em si foi decepcionante à minha leitura. A cidade em que se passa a narrativa não muda muito, e o mesmo acontece com os personagens, é tudo muito rotineiro e passa a sensação de que tudo se repete em ciclos, não é evolutivo. Tudo poderia ter ocorrido de forma menos monótona.
Quem, assim como eu, gosta de romances vampirescos e for ler esse livro, não espere muito, pois pouco romance há nele.
Para quem leu e não sente gana de ler o próximo volume, vale ressaltar que tudo pode mudar, ainda mais após a virada do final do livro. Confesso que fiquei mais instigada para ler o segundo livro somente após terminar o primeiro. Muita coisa pode rolar até o lançamento do próximo volume, personagens podem evoluir drasticamente, e opiniões podem mudar quanto ao conteúdo escrito.
2/5
Ano de publicação: 2015
Número de páginas: 212
Autor: Isabel Moreira Rego
Editora: Chiado Editora
Idioma: Português