A revelação que antecede a sequência de acontecimentos é feita por um criminoso chamado Monte Scanlon, incitando a imaginação a desenvolver uma explicação (ou suposta resposta) para o que é revelado logo em seguida. Uma foto recém impressa entre outras em um pacote fechado, cinco pessoas desconhecidas retratadas e apenas uma delas possui uma fisionomia conhecida por Grace: Jack, seu marido.
“Uma foto pode contar muitas mentiras…”
Mas quem são as outras pessoas na fotografia? E frente a tantos mistérios, esse é o ato principal que faz com que se descubra que há algo muito errado e assustador em perseguir a verdade e os acontecimentos que tornaram aquela foto um mistério a ser revelado.
A procura por respostas se torna ainda mais instigante quando Grace questiona seu marido sobre a foto encontrada e o que ela menos espera acontece: a foto desaparece e Jack também.
“Ela começou a pensar em como nunca se pode saber tudo sobre os entes queridos. E talvez, ao pensar nisso profundamente, a pessoa descubra que não sabe muito nem sobre si mesma.”
“Apenas um Olhar” segue uma ordem cronológica paralela às 8 histórias narradas, envolvendo os personagens em uma série de acontecimentos que ocorrem em um tempo específico e em espaços diferentes, conectando-os e tornando-os lineares uns aos outros apesar da mudança de cenário.
O primeiro capítulo se desenvolve na busca de Grace por respostas para descobrir quem são as cinco pessoas daquela foto, o porque ela foi parar no meio de suas fotos, porque seu marido desapareceu e qual a razão de uma simples fotografia ter trazido à tona tantos perigos do passado.
Não há respostas e há coisas que não fazem sentido ou que encaixem com a verdadeira razão de tanto problema, mas o principal a se descobrir é: em quem se deve confiar, quem são as pessoas perigosas e quais são os riscos a correr para proteger sua família e todos à sua volta?
Todos esses motivos nos faz percorrer a linha cronológica com cuidado, tornando possível se deparar com mais personagens, outros cenários instáveis e mais mistérios a serem resolvidos, como é o caso de Charlainne e o suposto assassino em série, ainda misterioso.
Harlan Coben sabe criar cenários perfeitamente angustiantes e perspicazes que envolvem os leitores em uma teia de dúvidas e quase certezas, isso tudo em busca de respostas plausíveis para cada detalhe e cada acontecimento dentro da história.
Em “Apenas um Olhar” não foi diferente, como em todos os outros de sua autoria, a trama se torna perfeita e traz finais surpreendentes que te deixam um bom tempo – provavelmente horas – olhando para o nada e imaginando como tudo aconteceu daquela forma e teve uma conclusão tão inteligente que passou despercebida durante a leitura.
5/5
Ano de publicação: 2019
Número de páginas: 352
Autor: Harlan Coben
Editora: Editora Arqueiro
Idioma: Português