Uma história em comum sobre livros e magia, publicado pela Editora Arqueiro, contém uma narrativa cheia de magia. Duas meninas, em lados opostos no mundo, interligadas por um mistério incomum em um livro antigo e excêntrico. Lisa Papademetriou nos entrega uma história cheia de expectativas e acontecimentos inesperados.
No começo do livro somos apresentados à Kai, Leila e Ralph. Kai, que está visitando sua tia-avó no Texas, Leila que está de férias na casa de sua família em Lahore, no Paquistão, e Ralph que é a conexão entre as duas durante a leitura. Ralph traz por trás de sua história, mistério e uma magia incomum e desconhecida.
A narrativa se inicia quando Kai encontra, na casa de sua tia-avó, um livro antigo, com a capa desbotada e apenas uma saudação “que a magia comece!”. E o mais surpreendente: sem qualquer palavra escrita em suas páginas.
Apesar de incomum, do outro lado do mundo há uma cópia idêntica do mesmo livro, que foi achado por Kai. Dessa vez, quem achou foi Leila, na biblioteca da sua família paterna. O livro é achado por ela enquanto buscava algo para ler durante a sua estadia na capital mais populosa do Panjabe.
A história das duas se entrelaça nas páginas do antigo livro O cadáver excêntrico, quando por curiosidade uma delas resolve tirar uma caneta do bolso e escrever uma pequena frase abaixo do nome do autor daquele estranho exemplar. E é aí que as coisas começam a ficar estranhas… as páginas começam a responder às frases escritas, e trechos da história de Ralph Flabbergast e Edwina Pickle começam a surgir como mágica.
“Tudo é mágico – disse. – O céu, as estrelas, o mundo inteiro. É um milagre se a gente pensar bem.”
Não é apenas o título da obra e sua história que possui algo incomum, mas também a narrativa criada, que é contada em terceira pessoa, sempre mostrando as perspectivas de Kai e Leila, ao se entreterem com o livro achado, e Ralph, que é o cerne de todo o mistério, em O cadáver excêntrico.
Além das visões dos personagens em “Uma história em comum sobre livros e magia”, temos também a tela entre leitor e personagens quebrada, já que há uma narrativa onisciente, em primeira pessoa, que conversa diretamente com quem está lendo e adicionando comentários distintos sobre os acontecimentos.
Tanto os personagens principais como os secundários tornam o mistério ainda mais interessante, já que são acrescentadas partes distintas e importantes, para que haja uma linha de narrativa mais detalhada durante a história. É preciso se atentar aos mínimos detalhes para tornar a magia em realidade.
Apesar de, no início, não se ter uma visão ampla do porquê as personagens estão aonde estão, nos últimos capítulos entende-se o porquê tudo aconteceu tão de repente e os motivos pelos quais todos os fatos se conectam de forma quase mágica.
Contudo, ao final do livro, nas últimas páginas, os acontecimentos começaram a se atropelar e tudo passou rápido demais, e que, na minha visão, deixou muitos espaços em branco na história. É como se a autora tivesse pressa para finalizar a narrativa e isso acabou tornando algumas coisas confusas e incompletas.
5/5
Ano de publicação: 2016
Número de páginas: 192
Autor: Lisa Papademetriou
Editora: Editora Arqueiro
Idioma: Português