Robert Langdon é um renomado professor acadêmico de Harvard, que tem alto reconhecimento na área de estudos da simbologia e do misticismo. Depois de tantos estudos, Robert passou a possuir o mais profundo conhecimento dos símbolos espalhados pelo mundo e a perspicácia para solucionar os mistérios e problemas que se escondem por trás de grandes significados.
Em O Símbolo Perdido, Robert acaba de receber uma ligação importante do assistente de Peter Solomon, seu antigo mentor, um filantropo e maçom do nível 33, perguntando se ele poderia comparecer ao Capitólio dos Estados Unidos para palestrar sobre os símbolos maçônicos encontrados, que foram espalhados pela história dos antigos fundadores e criadores de Washington D.C.
Aceitando o convite tão inesperado, e de alguém tão importante e reconhecido como Peter Solomon, Robert se prepara às pressas e segue rumo ao local da palestra, preparado para impressionar o antigo amigo e mentor de longa data. Porém, chegando ao Capitólio, Langdon descobre que a palestra a qual fora convidado a participar não passa de uma armadilha para atraí-lo ao local.
Confuso, Robert descobre que não há palestra alguma a ser apresentada, muito menos convidados de alta importância nas arquibancadas dispostas no centro do monumento de Washington e que, para a sua surpresa, Peter Solomon está desaparecido e correndo grande perigo.
Sem entender o motivo pelo qual fora convocado ao local, Robert se depara com um dos mistérios mais horripilantes de toda a sua carreira: a mão direita de Peter está decepada e disposta no grande salão, no centro do Capitólio, apontando para o grande teto abobadado da construção. Apesar de reconhecer o símbolo, Robert se vê em transe e sem acreditar que a mão de seu amigo, representando a “a Mão dos Mistérios”, um dos convites mais cobiçados da humanidade, esteja atraindo-o para um dos mistérios milenares que jamais pensou que fosse solucionar.
Enquanto o célebre professor luta contra a ânsia instalada ao ver a cena de horror à sua frente, Katherine Solomon (irmã de Peter) fica cada vez mais assustada por não ter notícias de seu irmão em um momento tão importante dos seus estudos da ciência noética: ela acaba de encontrar algo revelador que pode mudar a forma como a humanidade enxerga a fé e a ciência.
“A consciência viva é, de certa forma, a influência que transforma a possibilidade de algo em algo real. O ingrediente mais essencial para a criação de nosso universo é a consciência que o observa.”
Sofrendo pressão para cooperar com a CIA e lutando para desvendar mistérios tão antigos quanto a humanidade e a Terra, assim como os perigos escondidos por trás de um Símbolo perdido, Robert e Katherine correm contra o tempo para solucionar o mistério, encontrar um antigo portal que revela ao homem todos os antigos conhecimentos da humanidade e evitar um possível e iminente escândalo que se encontra na categoria de segurança nacional dos Estados Unidos.
Em breve, a luz surgiria e a humanidade finalmente começaria a entender a verdade simples e transformadora dos antigos ensinamentos e, então, ela daria um salto evolutivo, rumo à compreensão de sua própria natureza esplendorosa.
O Símbolo Perdido é o primeiro livro de Dan Brown que leio e me surpreendi bastante com a cadeia de acontecimentos que o autor construiu em volta de uma trama que envolve suspense policial, política, simbologia, comportamento humano, religiões, misticismo e ciência.
“Toda verdade poderosa tem sua própria força da gravidade e, mais cedo ou mais tarde, as pessoas acabam atraídas por ela. Não há nada oculto que não será revelado, nem segredo que não virá à luz.”
O mistério foi muito bem estruturado e Dan soube como encaixar o presente ao passado de modo que os acontecimentos seguiram uma linha do tempo quase perfeita. A criação de caminhos labirintais que se cruzam, se dividem e chegam ao centro de toda a revelação é impressionante e o autor conseguiu criar um plot twist perfeito, algo que eu jamais poderia imaginar.
A sensação de choque quando me dei conta do que realmente estava sendo revelado foi puro êxtase e senti que o suspense realmente havia chegado ao seu ápice principal, depois de tantos mistérios incompletos deixados ao longo das páginas e capítulos anteriores.
“O que é o mal senão uma força de natureza? A luz dava lugar à escuridão. A ordem dava lugar ao caos. Tudo se deteriorava. Há aqueles que criam… e aqueles que destroem.”
A narrativa de O Símbolo Perdido pressupõe que todos os acontecimentos tiveram início em uma noite caótica, mas a quantidade de informações, mistérios, simbologias e misticismo, geradas pelo autor, trazem uma carga forte de detalhes tão complexos, que parecem acontecer em dias a fio. Mas ao contrário do que parece, a narrativa gira em torno de um único dia e é quase impossível perceber isso ao longo da leitura.
O fato de o autor ter seguido por um viés de linguagens e termos técnico-científicos para dar enredo aos acontecimentos extremamente complexos, guardados durante toda a história, não me incomodou nem um pouco. Para mim essas passagens de cunho político-científico-religioso tornou a história ainda mais interessante e com inúmeros caminhos de entendimento, reflexão, curiosidade e estudo.
“O conhecimento é uma ferramenta e, como todas as ferramentas, seu impacto está nas mãos do usuário.”
E, apesar de ter achado a história e o plot muito bem desenvolvidos, a sequência reveladora do mistério do Símbolo Perdido deixou a desejar. Achei o final extremamente arrastado e a apresentação da simbologia passou a parecer simples e monótona, muito contrário ao que Dan Brown apresentou nas primeiras páginas.
Na minha interpretação, o autor transformou uma cadeia complexa e de alto potencial em algo tão mundano e antigo quanto a própria existência dos símbolos. Para completar, a interpretação de todo um mistério milenar, desconhecido e temido se tornou apenas mais uma reflexão sobre o significado da simbologia encontrada nos mistérios, do que propriamente dito uma revelação polêmica que poderia abalar e mudar completamente toda uma geração da humanidade.
Dan Brown conseguiu criar uma história envolvente, e mesmo deixando o final a desejar, cumpriu o seu papel de despertar o interesse a curiosidade sobre os mistérios escondidos pela humanidade há centenas de milhares de anos. A área de estudos da simbologia é considerada de alto cunho científico, mas revela muito mais do que a humanidade pode sequer imaginar.
“Quando a hora chegar, a humanidade não poderá sobreviver sem a verdade, o conhecimento e o saber de todos os tempos. Nessa obscura encruzilhada, o homem finalmente irá desenterrar a Palavra e anunciar o começo de uma nova e maravilhosa era de iluminação.”
5/5
Ano: 2009
Páginas: 496
Autor: Dan Brown
Idioma: Português
Editora:Editora Sextante