O que você faria se fosse obrigada a se casar com o seu melhor amigo, mesmo possuindo completa aversão à palavra “casamento” e a todas as coisas que envolvem um matrimônio?
Nascida em uma das famílias italianas mais ricas e influentes da Itália, Beatrice é o tipo de mulher bem resolvida, completamente segura de si e extremamente independente que foge do próprio casamento, como o diabo foge da cruz. Seu lema de vida “Mil casarão ao teu lado, dez mil à tua direita, mas tu permanecerás tranquila e bebendo um vinho.” a acompanha desde muito nova, quando viu a sua própria mãe passar por um casamento conturbado por violência e falta de amor.
Sendo filha da cozinheira e do motorista dos Bernardinelli, Bea nasceu e cresceu no conforto da enorme mansão da família e consequentemente foi a única companhia de Vito, seu melhor amigo e CEO da empresa Vision. Juntos desde a infância e tendo apenas a companhia um do outro, Bea e Vito sempre se cuidaram e se amaram como irmãos, mas todos as confidências, o companheirismo e os momentos que passaram juntos despertaram em Vito um amor mais que fraternal por Beatrice.
“Bea era a mulher que eu esperei para ter durante toda a minha vida, minha mulher ideal, tudo o que eu sempre quis e que não esperava ter.”
Apaixonado em segredo desde os seus 17 anos, Vito é o típico homem italiano mulherengo e o solteiro convicto mais desejado pelas mulheres, que fazem de tudo para ter o mínimo de sua atenção, enquanto seu pai Carlo Bernardinelli faz de tudo para tornar o filho um homem casado e o responsável pela próxima geração do sobrenome da família.
Com os traumas de Bea relacionados ao casamento, um Vito apaixonado completamente convicto em permanecer solteiro para sempre e um Bernardinelli ardiloso em sua conquista de casar o único filho, Carlo resolve pôr em prática o plano de sua falecida esposa: criar um testamento que obrigasse Vito a se casar com Bea para garantir a herança da família e pôr seu filho e sua afilhada contra a parede, deixando-os à deriva da própria decisão de se casarem por bem ou por mal.
“Era como um presente grego de péssimo gosto. Receber um cavalo de Tróia não parecia quase nada perto de um anel de noivado. Mas eu seria uma idiota com toda certeza se não desse a chance de Vito quebrar o meu coração. E eu daria essa chance.”
Uma das coisas que tornou “Vende-se um Marido Italiano” ainda mais interessante é que boa parte dos capítulos são escritos com base na visão de Beatrice, já que ela é a personagem principal que dá voz a toda a história e mostra sua aversão e superação ao medo de se casar. Isso dá uma abertura incrível para a quebra da quarta tela e faz com que os personagens discutam sua vida diretamente com o leitor, abrindo todas as portas para conhecer os sentimentos, pensamentos e ideais de cada um.
Para dar um pequeno contraste, há passagens com a visão de Vito e em todas elas é possível ver nitidamente o amor que ele nutre por Bea. São poucos capítulos, mas em todos eles os sentimentos se expandem e conseguem refletir nitidamente a importância de tudo para Vito.
O romance de “Vende-se um Marido Italiano”, é no estilo clichê moderno, porém é bem descontraído e traz um elemento bem diferente do que costumamos ver em hots clássicos, já que traz uma personagem plus size como protagonista, que é bem resolvida e não liga para opiniões alheias sobre seu corpo ou o modo como pensa. É empoderada e não deixa que qualquer coisa a abale.
“Liberdade é um bem relativo. Tem gente que jura ser livre, mas é dependente de tanta coisa. Tem gente que jura ser preso, mas tem tanta independência que corresponde como prisão a menor das algemas. O medo de ter as asas podadas é terrível.”
Apesar de ter gostado muito, o livro não me cativou de forma que me fizesse devorar completamente os capítulos. Na verdade, a leitura demorada conseguiu estender a experiência com os personagens, e muito ao contrário de uma leitura monótona, “Vende-se um Marido Italiano” foi uma leitura muito boa para o momento em que comecei a ler. A leitura foi devagar, mas para mim, isso foi essencial para conseguir me conectar com a história e me emocionar em diversas passagens.
Outra coisa da qual prezei muito e que fez toda a diferença na leitura foi que a autora não focou apenas no sexo, que é sempre o elemento principal de romances hot e muitas vezes acabam trazendo mais sensualidade ao livro do que o foco no relacionamento e amadurecimento dos personagens. Ao contrário, a narrativa trouxe a concepção completa do começo de um relacionamento e a construção do afeto entre Bea e Vito.
“Ninguém foi criado para ser dependente do amor. Mas esse sentimento, quando recíproco, é tão bonito. E dentre todas as lições que eu tive antes de chegar ao meu casamento, o amor próprio foi a melhor e a mais eficiente.”
Apesar de ter gostado muito, o livro não me cativou de forma que me fizesse devorar completamente os capítulos. Na verdade, a leitura demorada conseguiu estender a experiência com os personagens, e muito ao contrário de uma leitura monótona, “Vende-se um Marido Italiano” foi uma leitura muito boa para o momento em que comecei a ler. A leitura foi devagar, mas para mim, isso foi essencial para conseguir me conectar com a história e me emocionar em diversas passagens.
Outra coisa da qual prezei muito e que fez toda a diferença na leitura foi que a autora não focou apenas no sexo, que é sempre o elemento principal de romances hot e muitas vezes acabam trazendo mais sensualidade ao livro do que o foco no relacionamento e amadurecimento dos personagens. Ao contrário, a narrativa trouxe a concepção completa do começo de um relacionamento e a construção do afeto entre Bea e Vito.
5/5
Ano: 2018
Páginas: 599
Autor: Clyra Alves
Idioma: Português