O maior inimigo de Cross está de volta e quer vingança.
A vida de Alex Cross não poderia estar melhor. Seu casamento com a detetive Bree Stone está prestes a ser oficializado, e as demandas no Departamento de Homicídios de Washington estão passando por uma estranha fase de calmaria. Contudo, em meio aos preparativos do seu casamento, Alex recebe uma ligação urgente para ajudar a resolver um caso de assassinato de grande repercussão. Dois homens importantes e poderosos foram mortos por um atirador de elite, que justifica os assassinatos como uma forma de justiça contra a corrupção.
À medida que Alex investiga os assassinatos, mais mortes são registradas, e o FBI designa o agente Max Siegel para trabalhar com ele no caso. Conhecido como “O Patriota”, o atirador parece conhecer profundamente a rotina e o nível de poder de suas vítimas, dividindo opiniões entre aqueles que acompanham as notícias. Será apenas um caso de vingança ou heroísmo?
Na disputa para determinar quem liderará as investigações, Alex divide seus dias entre o caso do atirador de elite, sua rivalidade com o agente Siegel, os preparativos para o casamento e, agora, mais dois casos preocupantes. Um novo assassinato ocorre, muito semelhante a um caso antigo que Alex achava ter resolvido, e ele recebe uma ligação suspeita de um número desconhecido. A voz do outro lado da linha é inconfundível.
Para seu maior temor, Kyle Craig escapou da penitenciária de segurança máxima onde Alex o tinha colocado. Agora, Kyle busca mais do que um simples encontro desagradável; ele quer vingança.
“Seguindo suas instruções, eu estava me certificando de que as coisas acontecessem. A essa altura nós dois mal nos falávamos e ninguém estava feliz com isso, mas esta era a nossa realidade agora. Vivendo em estado de sítio. Kyle Craig estava de volta às nossas vidas.“
A escrita de James Patterson é páreo às narrativas criadas pelo mestre das noites em claro, Harlan Coben. Patterson possui uma habilidade instigante típica dos mistérios policiais, e “Fogo Cruzado” não fica atrás ao criar teias de pistas que fazem o leitor acreditar que chegou a uma conclusão, quando na verdade o autor apenas o levou a acreditar que um dos caminhos era o certo.
A narrativa é dividida em capítulos que alternam entre primeira e terceira pessoas, consequência da alternância entre a perspectiva de Alex Cross e Max Siegel. Esses capítulos revelam as visões opostas: a busca incansável de Alex para acabar com seu maior inimigo e a visão de Max, onde Kyle Craig age nas sombras para atingir Alex em sua sede de vingança.
“Fazia meses que Kyle Craig matara pela última vez. Antes ele era do tipo que precisava de tudo para ontem, mas agora não. Se os anos de solidão Infernal na Penitenciária de segurança máxima de Florence, no Colorado, havia lhe ensinado alguma coisa, era a esperar pelo que queria.“
Nesse jogo de gato e rato, Kyle é um psicopata narcisista, inteligente e extremamente calculista, dando à narrativa um tom quase sombrio pela forma como sua mente funciona. Ele age sem piedade, com crueldade e sem remorso algum em ferir, atormentar ou matar quem o impede de alcançar Alex. Já Alex é completamente pé no chão, astuto e sabe agir rapidamente em momentos de perigo. No entanto, me incomodou a falta de percepção de Alex ao lidar com Max Siegel, não conseguindo reconhecer, no fundo dos olhos dele, com quem realmente estava lidando, conhecendo tão bem seu “nêmesis”, Kyle Craig.
“Tudo se encaixava: o mundo caía outra vez na minha cabeça. Kyle Estava me rodeando e chegando mais perto, provocando o máximo de destruição possível no caminho. E isso não era simplesmente uma selvageria irracional. Era algo muito mais específico e, a não ser que eu estivesse enganado, muito mais pessoal. Tudo fazia parte de meu castigo por tê-lo apanhado na primeira vez.“
Para quem acompanha a leitura de James Patterson, é evidente que o autor segue um padrão bem claro, com um ritmo desenfreado de informações, crimes, mortes e casos até os últimos capítulos, finalizando de modo brusco e acelerado. Ele consegue deixar um gostinho de “quero mais” a cada parágrafo. A única coisa que realmente me incomodou foi o final acelerado, que não teve o impacto instigante que eu esperava, me deixando com a sensação de “É só isso? Acabou? A sede de vingança era tão ardilosa que chegou somente a isso? Que decepção”.
“Às vezes as descobertas no caso de assassinato Vem do nada – como um telefonema numa manhã de domingo, de um lugar que você jamais esperaria.“
Apesar de não ter lido a história que antecede o surgimento de Craig, esse detalhe não atrapalha o andamento dos casos. Contudo, para entender melhor a mente de Kyle e o que o fez arder de desejo de vingança, seria bom ler os livros que pertencem à série. O modo como Patterson une os casos, formando um emaranhado de situações desagradáveis que movimentam o FBI, me lembrou muito o formato de escrita de outros autores e livros como Daniel Cole em “O Boneco de Pano” e “Marionete”.
Enquanto Patterson opta por uma abordagem mais direta e centrada na rivalidade entre protagonista e antagonista, Cole investe em tramas mais intrincadas e no desenvolvimento profundo dos personagens.
Os protagonistas de ambos os autores são complexos e multifacetados. Como exemplo, em “O Boneco de Pano” e “Marionete”, William Fawkes (Wolf) e Emily Baxter são personagens igualmente profundos, cada um lidando com seus próprios demônios pessoais enquanto enfrentam assassinos meticulosos e sádicos.
“Fogo Cruzado”, com sua dinâmica de escrita fluida e de suspense, é um livro rápido de ser lido. Em um ou dois dias, é suficiente para te tirar o sono e fazer passar horas lendo, procurando as próximas pistas.
Início da Leitura: 12/06/2024
Término da Leitura: 16/06/2024
Classificação final:
Escrita
Personagens
Enredo
Geral
James Patterson
Ano: 2012
Páginas: 208
Idioma: português
Editora: Arqueiro
Em meio aos preparativos para seu casamento com a detetive Bree Stone, Alex Cross é chamado pelo Departamento de Homicídios de Washington para resolver o assassinato de dois dos homens mais poderosos – e corruptos – da cidade. As opiniões ficam divididas: será que ele é um herói ou apenas um justiceiro?