Luiza Bento é uma jovem brasileira que sonha em ser atriz, por isso, abandona a sua faculdade de medicina no Brasil e decide mudar-se para Los Angeles, a cidade dos sonhos, com a intenção de se destacar em audições de teatros e conseguir o tão sonhado Green Card. Lidando com o medo de não conseguir, decepcionar ainda mais os seus pais depois de comunicar sua decisão e se sentindo insuficiente, Luiza faz de tudo para ganhar um visto, menos considerar um casamento para permanecer nos Estados Unidos.
Ela tem apenas 12 meses para que seus esforços não sejam em vão, até que é chamada para uma audição de uma importante peça e com papel da personagem principal. O único problema é que ela terá que contracenar com uma pessoa que ela criou ranço antes mesmo de conhecer, por ser o cara mais arrogante e egocêntrico da face da terra, mas que também é lindo de morrer.
“Me pergunto o que ele está vendo. Me pergunto se ele consegue ver o quanto estou afetada pela proximidade. Me pergunto se ele está olhando o fundo bastante para alcançar com cuidado meus medos escondidos. Fico com medo quando percebo que por um segundo, só por um segundo, uma pequena parte em mim deseja que ele consiga. Não por ser ele, mas porque é exaustivo carregar aquilo sozinha.”
A premissa do livro é bem interessante por se tratar de uma releitura moderna de orgulho e preconceito, um clássico da Jane Austen. A história em si dos personagens é gostosinha de ler, é um famoso romancezinho água com açúcar enemy to lovers, nada demais e com poucas reviravoltas, completamente infanto juvenil.
O livro é muito leve e rápido de ser lido, mas a personagem de Luiza tornou alguns capítulos muito chatos por ela ser uma pessoa completamente teimosa e que não enxerga nada além da própria opinião. A personagem tem 26 anos e parece uma adolescente mimada.
Além disso, Luiza é extremamente insegura (e auto depreciativa) em relação a si própria e não possui o mínimo de autoconfiança em seu trabalho, por ser uma mulher latina plus size, e isso acaba tornando a personagem em alguém com autopiedade até demais. Essa falta de confiança em si mesma é demonstrada em pequenos monólogos do que se passa na cabeça de Luiza, um detalhe que apenas tornou a leitura saturada em redundância.
“Independentemente das dificuldades pelas quais minhas personagens passavam, eu sempre garantia que elas se sentissem o suficiente. Eram bonitas o bastante. Eram espertas o bastante. Eram talentosas ou bastante. Eram boas o bastante. Ao fazer isso, de alguma forma eu enganava meu cérebro, fazendo-o acreditar que, enquanto estivesse no papel delas, eu não precisava me preocupar em ser o bastante por mim mesma.”
Quanto a Winters, não consegui sentir afeição em momento algum, justamente pela soberba que o torna um personagem frio, distante e grosseiro. E por mais que isso tenha melhorado durante a narrativa, com a intenção de aproximar ele e Luiza, transformando essa dinâmica em uma paixão, não achei que isso foi muito bem trabalhado, ou que deu certo.
A autora criou um enemy to lovers padrão, nada fora do comum, mas pelo menos 1/3 do livro é mais enemy do que lovers e quando chega a parte do lovers, tudo acontece tão rápido que não senti conexão alguma com o romance dela com Winter.
O ponto alto do livro mesmo é a amizade e o amor de Luiza com suas amigas e irmãs e isso foi explorado de uma forma bem aconchegante, apesar de Luiza muitas vezes negligenciar esse sentimento por estar tão preocupada com ela mesma.
Em resumo, “Primeiras Más Impressões” é um romancezinho leve e gostoso, mas que acaba não trazendo grandes surpresas ou profundidade. É uma leitura perfeita para quem busca algo descomplicado, com uma dose de drama e diversão.
Início da Leitura: 13/08/2024
Término da Leitura: 16/08/2024
Classificação final:
Escrita
Personagens
Enredo
Geral
Gabriela Graciosa Guedes
Ano: 2024
Páginas: 294
Idioma: português
Editora: Verus
Depois de meses trabalhando na entrada de um importante parque temático em LA, a oportunidade de que Luiza precisava finalmente surge e ela fará o que estiver ao seu alcance para permanecer nos EUA, exceto aceitar a solução mais fácil para conseguir um green card: um casamento.