A justiceira foi lançado em 2014 e o personagem da Miss Meadows é interpretado pela atriz Katie Holmes. A senhorita Meadows é uma professora substituta em uma escola primária próxima ao bairro onde mora. Antiquada, alegre e com o estilo e doçura de uma Mary Poppins, além de dar aulas e inspirar seus alunos, ela também vive como vigilante em momentos propícios, onde o bem precisa sair como vitorioso.
Ms. Meadows é destemida, não tem papas na língua para dizer o que realmente pensa sobre os assuntos e é obstinada em conseguir seus objetivos. Sua justiça é feita com as próprias mãos, defendendo principalmente crianças, já que são “criaturas” bondosas e puras que não merecem conhecer, nem presenciar o mal que o mundo pode oferecer.
Dois dos principais elementos que compõem a cenografia do filme é o figurino, que dá a vivacidade e o humor necessário para a personagem, e o sapato de sapateado que sempre está em cena quando a Ms. Meadows está atuando. O sapato é o objeto que movimenta os sentimentos da personagem, indicando quando há felicidade (em forma de dança ritmada) e quando há suspense ou medo (sem ritmo), quando ela está dentro de seus próprios pensamentos enquanto anda ou corre de algo.
Apesar de, no começo, eu ter achado que o filme não teria muito o que oferecer, a obra me surpreendeu muito, e em diversos momentos meu coração ficou disparado porque aconteceu algo que eu não poderia imaginar (apesar de desconfiar). Há um humor pesado, mas que é balanceado com o jeito da personagem que é, até certo ponto, um pouco infantil e divertido.
Outra coisa que me chamou a atenção foi o estado mental da senhorita Meadows. No começo achei que a sua sede por justiça vinha de um trauma de infância em que ela tivesse sido abusada, principalmente porque ela trata abusos infantis com muita seriedade, porém com o desenrolar da história fica claro que foi um trauma infantil, mas que não tem nada a ver com abuso, e sim com justiça contra aqueles que estão livres para fazer mal a qualquer um que seja, principalmente com pessoas que fazem parte do círculo familiar ou as que se ama.
Assim que o filme começa pode-se achar que muitas cenas são desconexas, mas isso tudo (na minha opinião) só ressalta o interior mental da personagem. Você vai perceber tudo isso assim que a verdadeira coragem e obstinação por justiça dela forem reveladas. A cena é bem rápida e não é o foco central, mas é importante para entender de onde a personagem surgiu e quais são as suas metas pessoais.
Alguns personagens poderiam ter sido desenvolvidos com mais atenção e ter uma história a mais que contribuísse com a principal linha de pensamento da história, como por exemplo, o xerife e a própria protagonista. Senti que faltou abordar melhor os medos, as incertezas e os traumas que tornaram a sanidade da protagonista em algo duvidável, tenho certeza que haveria muito mais a oferecer do que breves flashbacks inseridos em meio as cenas.
Apesar de tudo, o filme é incrível e vale a pena tirar um tempinho para assistir.
3/5FICHA TÉCNICA
Direção: Karen Leigh Hopkins
Ano: 2014
Elenco: Katie Holmes, James Badge Dale, Callan Mulvey
Gênero: Drama, suspense
Distribuição: California Filmes